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domingo, 8 de julho de 2012

O grupo de oração




  
Continuo Piedade. Ha muito tempo não vou lá parece que o meu tempo foi aquele... Ou melhor, Ela parou de chamar-me... Desejo ainda voltar... Sei por ouvir dizer, que as crianças cresceram, tornaram-se moças e rapazes, que Marilda, a pequena menina que transmitia as mensagens já se casou e mora lá.
Então, Nossa Senhora quis mandar-me mais longe, tudo por amor... Vou contar como aconteceu... Dentro dos três anos que frequentei Piedade, uma noite tive um sonho que muito me emocionou, Eu via no espaço uma imagem em forma de nuvens escuras do lado da perna sobre o manto, um sol luminoso, brilhante e descia uma locomotiva escura com muita velocidade rumo a terra, der repente aquele sol se transformou em um quatro de imprensa, grande, acordei assustada com aquele pesadelo, pensava, “será um aviso?” Que significaria aquilo?
Na semana seguinte fui a Piedade e disse a Marilda "pergunte a Nossa Senhora se é sonho ou se é verdade” depois da mensagem ela procurou-me e disse-me, “Ela manda te dizer que nem sempre é verdade, mas às vezes Ela usa dos sonhos para nos comunicar alguma coisa...” Guardei aquela resposta... Nem pensei mais nisso... O interessante era a precisão que aquela menina simples de palavreado grotesco passava as mensagens, tenho muitas e muitas gravações, desde pequena até já mocinha... Pode-se conhecer pelo tom da voz.
As pessoas que estavam comemorando aniversariam Ela parabenizava... E falava o nome, mesmo sem ninguém avisar. A Ângela, minha irmã que batizei no dia do meu casamento, esteve lá no dia de seu aniversário e a mensagem foi dirigida a ela, tenho a gravação. Quando estávamos lá em Piedade fazíamos vigília durante a noite caminhando até a arvore e subíamos no tablado onde as crianças se posicionavam, fazia muito frio, tínhamos que enrolar nas nossas cobertas e ficar muito próximas umas das outras... Entravamos em orações... Notávamos que as estrelas baixavam, que clareavam o tablado dava-se a ideia de que podíamos alcançá-las com as mãos.
Ao clarear o dia os pássaros de todos os tamanhos cantavam até a seriema, o pintassilgo, a coruja e todos que estavam por ali. Quando chegava a hora da aparição Ela agradecia a vigília e comentava o canto dos pássaros como se tivesse presenciado tudo. Dizia que eram louvores a Deus, os cantos dos pássaros.
Não posso deixar de testemunhar um natal... Sempre Ela dizia, “hoje vocês vão ter uma surpresa...” E acontecia algo! Então na tarde de natal Ela falou, “prestem atenção... Vai ter surpresa...” Qual foi? A meia noite chegaram na porta da capelinha o cachorro que dormia debaixo do banco, o boi que estava debaixo da mangueira deitado, as galinhas que estavam nos poleiros, os patos que ficavam na lagoa. Foi um espanto, ninguém esperava por isso. No dia seguinte Ela falou da surpresa e disse agora não vou dar mais sinais visíveis, será somente nos corações.
Se for contar tudo que vi em Piedade não escreverei outra coisa... Mas a história continua... Quero esclarecer que depois de certo tempo, formamos aqui a nossa caravana que era um povo fiel que não faltava, o ônibus estava repleto em todas as viagens, as pessoas eram sempre as mesmas já tínhamos formado um grupo grande que comungava a mesma fé.

As quintas feiras após a missa na catedral, as pessoas da caravana se reuniam e ainda outras que gostavam de rezar conosco em meu ateliê, devia ser umas sessenta pessoas, o espaço era pequeno, às vezes se espalhavam pelo corredor, após rezarmos o terço, líamos na bíblia à palavra de Deus e meditávamos as passagens, colocando-as em nossas vidas... Eram momentos fascinantes, de meditação. ·.
Mas os filhos achavam que eu deviria ir costurar em minha casa e sair do aluguel, da sala e outras despesas como com auxiliares, em certo ponto tinham razão, estava muito difícil, mas eu temia ficar sem o grupo ali, pedia a Deus que aparecesse um lugar de livre aceso para nos reunirmos, e o povo não perder o vinculo com aqueles momentos santos.

Uma tarde nas aparições, Nossa Senhora nos disse que se ficarmos na escuta, em silencio absoluto, Deus poderia nos falar no coração... Pensei... “Essa duvida, Preciso mudar, mas e o grupo?” “O que fazer com esse povo?” Já estava acostumado a ir ali... Então, durante a missa das dezoito horas após a comunhão fiquei na escuta, só pedia que queria um lugar para o grupo... Senti uma voz que dizia no meu coração... “O PROBLEMA É MEU E DE MINHA MÃE...”.
No dia seguinte Sandra arranja um caminhão e chega lá para pegar minhas maquinas e tudo que eu tinha e levar-me para casa era um final de semana, no domingo uma amiga me liga oferecendo uma casa dela que estava desocupada e que poderia usar a vontade. Era uma casa grande, perto da catedral lugar ideal, a casa tinha sido uma escola e tinha toda uma infraestrutura, muitos lugares para assentar, diversos sanitários, era mesmo uma benção...
Agora a preocupação, eram as clientes irem onde estou... Mas, deu muito certo, trabalhava sozinha, mas tinha bem menos despesas e preocupações com pagamentos era só a prestação da casa, que pagava com o valor do feitio de dois vestidos. Paguei em vinte três anos sempre com o valor de dois vestidos.
Kelly minha filha caçula, agora fazia faculdade de educação física, tinha um carro velho para andar, morávamos em nossa casa, não mais de aluguel, assim que se formou foi para BH trabalhar e fazer uma pós-graduação, ficou lá por algum tempo, depois que voltou, montou no quintal de nossa casa uma escola de natação e hidroginástica, com o dinheiro que recebeu dos acertos comprou um piscina grande e estruturou a escola.
O ponto é bom fica na esquina do colégio e no bairro não tem concorrente, ela estava mesmo satisfeita com sua profissão.



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