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sexta-feira, 6 de julho de 2012

A malária




Continuando, um dia recebo um telefonema de Jussara, estava no Pará, eu nem sabia, ela foi sem falar comigo, certamente estavam se comunicando, me falava que os dois, Peter e o pai estavam muito mal com malária, estavam no hospital já há vários dias sem melhora, era preciso trazê-los para tratamentos, e deveriam chegar em breve, para entrar logo com medicamentos, estavam muito amarelos e inchados da malária, e o Peter, esse estava mais complicado, pois tinha dois tipos que não me lembro nesse momento o nome.

Vieram de avião até Goiânia, e acabaram de chegar de ônibus. Fomos busca-los na rodoviária, estavam irreconhecíveis, muito mal mesmo, pensei que nunca mais voltariam a ser os mesmos.

Demoraram para entrar no esquema normal de gente, pois lá adquiriram outros costumes, por exemplo, ficar escutando rádio a noite inteira, alimentação em horários diferentes, e era preciso ficar junto para dar remédios, e cuidar, foi um tempo difícil pra mim, pois tinha meus compromissos e dormia pouco, foi preciso fazer diversas transfusões de sangue, e quando a febre chegava, era aquela tremedeira que fazia dó, demorava para passar, como sair de perto era muita fraqueza!

O dinheiro que tinham ganhado lá acho que restava pouco, tinham gasto muito com hospital, remédios e transportes. Por esse motivo ficaram muito tempo sem trabalhar estavam ainda convalescentes, e deveria ter ainda um pouco de dinheiro no banco não sei ao certo nunca perguntei me ajudavam se quisessem, mas nunca quiseram...
Às vezes transmito assuntos de um jeito que leva a pensar que tenho mágoas, não é isso que quero que entendam, não tenho mágoas, somente quero expor a verdade do meu jeito, prometi a mim mesmo que não ocultaria nada, doa a quem doer...
Mas como não ha mal que sempre dure... Depois de alguns meses tiveram melhoras, nessas alturas agora era preciso reduzir despesas, o trabalho, ou melhor, as costuras tinha sofrido um transtorno, eu ficava sem lugar, então achei por bem mudar pra minha casa e sair do aluguel da casa na Rua Santos Dumont, acrescentaria o coletivo para todos e ter que levar comidas, era longe pra vir almoçar, naquele tempo só tinha um lugar de comida à quilo, era também bastante caro para nós todos, o jeito era cozinhar a noite e trazer pela manhã, na hora do almoço fazia mexido em um fogareiro para economizar.·.
Sandra, agora já tinha Talita, menina linda, uma fofura de criança, mais adiante falarei dela, será uma história muito especial... Gustavo e Talita, ainda pequenos, Nei saiu da universidade e foi para Juiz de Fora, entrar como sócio com o pai dele em uma fabrica de moveis da família, Sandra pediu transferência para o SESI de lá.
Ficou difícil para nós ir visita-la, sempre que era possível dava jeito de ir sentia muito a falta deles, nas férias uma das meninas iam ficar com eles.
Depois de certo tempo viram que estavam melhor aqui e retornaram, logo veio outra gravidez da Sandra e nasceu Vinicius, ai sim estava completa a família.
Meu marido que já estava curado, depois de um longo e tempestuoso tempo, comprou uma maquina fotográfica, pendurou no pescoço, parecendo turista e passou a me seguir as escondidas, não conseguia acreditar que eu teria dado conta de fazer tanta coisa sozinha, sem ele me mandar nenhuma ajuda... Achou que teria alguém por trás disso e passou a me seguir, ficava na praça do fórum detrás das arvores esperando eu sair do Edifício Executivo e me pegar no flagra. Eu via e ria, pensava como as pessoas criam as coisas, geralmente julgam as pessoas por elas, mesmo se eu quisesse nunca faria isso, sempre quis ser um exemplo para minhas filhas...
Agora, na cabeça dele só tinha pensamentos de ouros, o assunto era ouro, então inventou a fazer joias, pra começar, pegar tudo que agente tinha em casa que era ouro, presentes das crianças, joias minhas que havia comprado na Bahia com meus trabalhos, juntou tudo e derreteu para fazer coisas sem pensar, só que misturou a solução errada e perdeu tudo, virou carvão.
Sendo assim tornou-se homem de negócios, andava bem vestido, conquistava as garotas com os papos de grande homem, dava presentes para as amigas levava para tomar bebidas nos bares, tudo isso eu passava e via e muitas vezes pensei em tomar atitudes, mas tive pena das irmãs dele que já carregavam o fardo do Antonio nas costas que ele só dava trabalho para elas e eu mandar outro peso?  
Não queria que fosse atormentar Sandra e Selma, por isso aceitava o que viesse já era acostumada, uma coisa a mais não me abalava. Então, como falei anteriormente sobre o terreno do parque Sabiá falaria depois, vou dizer agora vendeu para comprar ouro e fazer joias, só que também virou carvão acreditem se quiserem!
 

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