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terça-feira, 1 de maio de 2012

Os ciganos



No ano seguinte, voltamos de férias, juntamente com os familiares, era bom demais... Rever todos, colocar as prosas em dia. Tinham muitas novidades, fulano casou-se com sicrana... As irmãs e irmãos, namorando, a prima Alice, já tinha casado com Moacir moço bom... Trabalhador era de muito gosto de todos, a festa foi boa. Tem uma família linda e feliz já fizeram bodas de ouro. A Célia estava namorando, aquele... Que ela escondia dele nas barraquinhas de S.Geraldo, parece brincadeira... Mas casou-se depois de algum tempo, me disseram que tem filhos maravilhosos. Pena que ela se foi muito cedo deixando uma imensa saudade! Enoque e Maria Santa, que tinham fugido juntos de caminhão, porque o padre não queria fazer o casamento... Ficaram em minha casa para provar que não tinham feito nada... Isto aconteceu quando eu ainda morava em Curvelo, fiquei sabendo nestas férias que tinham se casado e eram felizes... Eles se amavam muito e estavam dispostos a resolver aquela situação.
Nessas mesmas férias tive noticia do Batista, lembram? Aquele que foi criado em casa do meu vô Evaristo. Contaram-me mais uma dele, Haviam uns ciganos acampados perto da sua casa na roça, sempre que os ciganos passavam por lá roubavam cavalos e mais algumas coisas que encontravam. Batista costumava vender as galinhas e guardar o dinheiro em casa.
Nesta tarde, Batista ficou conversando até tarde com os ciganos e conversa vai, conversa vem Perguntaram como ele guardava o dinheiro que recebia da venda das galinhas Respondeu, "meu dinheiro, ninguém acha, escondo debaixo do colchão" Falou e foi dormir e no dia seguinte vai trabalhar bem cedo, fecha a casa com taramela e sai... Voltando, viu que os ciganos não estavam mais ali, tinham ido embora e levando todo seu dinheiro que guardava debaixo do colchão.
Como não bastasse, levaram também algumas galinhas e vasilhames que já eram poucos. Ora! O Batista era querido por todos, ou melhor, sempre foi amigo. Depois de saber as novidades e gozar da presença dos amigos e compadres, já estava chegando o momento de voltar... Ficava triste, mas não podia fazer nada, a vida é assim... Chegando a Salvador a rotina continua, mas a vontade de voltar, agora é mais forte... Soares não perdia a esperança de um dia estar no caminho de retorno. Tínhamos bastante serviços de costuras, já fazíamos até roupas de festas, a clientela aumentava, então, estávamos contentes com nosso trabalho.
No meio do ano, fiquei grávida, era tudo aquilo de novo, estava difícil, com tanto trabalho e passando mal de enjoos, náuseas e fraquezas. Soares estava radiante, falava para todos que agora seria um homem, arranjou logo um nome, disse que seria Fritz, era o nome de um amigo!
Durante esse ano não, ouve nenhuma novidade alem da gravidez. Então, planejar novamente as férias de final de ano já pensando que teria que ficar até o nascimento do garoto que estávamos aguardando, ainda não era possível saber o sexo através de exames, era somente pressentimentos... As viagens de avião poderiam ser feitas até ao sexto mês, então fomos em dezembro, Soares voltou no final das férias deixando para trás a família.
Como sempre confiante, deixou já redigido o telegrama que eu deveria mandar assim qualquer pessoa poderia leva-lo ao correio. Durante essa espera, fui ficar com minha mãe no retiro, só vida boa... Muita pamonha, milho verde assado na brasa, leite gordo, frango caipira com angu e quiabo, tudo feito no capricho, era só engordar... Já no começo de março, estava com as pernas muito inchadas, fui para BH, procurei o médico, e fiz os exames, disse-me que estava bem, deu-me alguns medicamentos, e mandou esperar... Fiquei na minha sogra, Nicinha foi comigo para ajudar-me a cuidar das meninas.
No dia vinte cinco de março precisei ir para o hospital, nasceu Peter o pai acertou era homem foi um parto muito difícil, os médicos, não gostavam de fazer cesariana, as mulheres sofriam quase à morte. Peter nasceu pesando cinco quilos e meio, era uma criança já criada, notaram que o nome foi mudado? Não me pergunte por quê... Até hoje não fiquei sabendo isso não mudou em nada... Será sempre querido.
Ele era tão grande, que chamava atenção... Bonito, esperto... Voltamos para casa, já se tinha passado dois meses, as meninas o Peter em um porta bebê eu já estava bem magrinha, esperava que o marido fosse imediatamente olhar a cara do neném, mas isso não aconteceu, pegou pelas alças o suporte, colocou no jipe ajudou Sandra e Selma a subir no Electra dois e fomos para casa subiu as escadas do prédio colocou o suporte encima da mesa, o garoto estava com a cara coberta com uma fralda por causa do vento, esperava que ele fosse logo descobrir para ver, isso não aconteceu... Virei bicho... Falei tudo que precisava e o que não precisava... Depois ficou sem graça e começou a paparicar o menino e mostra-lo de peito estufado...   

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