No ano seguinte, voltamos de férias,
juntamente com os familiares, era bom demais... Rever todos, colocar as prosas
em dia. Tinham muitas novidades, fulano casou-se com sicrana... As irmãs e
irmãos, namorando, a prima Alice, já tinha casado com Moacir moço bom... Trabalhador
era de muito gosto de todos, a festa foi boa. Tem uma família linda e feliz já
fizeram bodas de ouro. A Célia estava namorando, aquele... Que ela escondia
dele nas barraquinhas de S.Geraldo, parece brincadeira... Mas casou-se depois
de algum tempo, me disseram que tem filhos maravilhosos. Pena que ela se foi
muito cedo deixando uma imensa saudade! Enoque e Maria Santa, que tinham fugido
juntos de caminhão, porque o padre não queria fazer o casamento... Ficaram em
minha casa para provar que não tinham feito nada... Isto aconteceu quando eu ainda
morava em Curvelo, fiquei sabendo nestas férias que tinham se casado e eram
felizes... Eles se amavam muito e estavam dispostos a resolver aquela situação.
Nessas mesmas férias tive noticia
do Batista, lembram? Aquele que foi criado em casa do meu vô Evaristo. Contaram-me
mais uma dele, Haviam uns ciganos acampados perto da sua casa na roça, sempre
que os ciganos passavam por lá roubavam cavalos e mais algumas coisas que
encontravam. Batista costumava vender as galinhas e guardar o dinheiro em casa.
Nesta tarde, Batista ficou
conversando até tarde com os ciganos e conversa vai, conversa vem Perguntaram como
ele guardava o dinheiro que recebia da venda das galinhas Respondeu, "meu
dinheiro, ninguém acha, escondo debaixo do colchão" Falou e foi dormir e
no dia seguinte vai trabalhar bem cedo, fecha a casa com taramela e sai... Voltando,
viu que os ciganos não estavam mais ali, tinham ido embora e levando todo seu
dinheiro que guardava debaixo do colchão.
Como não bastasse, levaram também
algumas galinhas e vasilhames que já eram poucos. Ora! O Batista era querido
por todos, ou melhor, sempre foi amigo. Depois de saber as novidades e gozar da
presença dos amigos e compadres, já estava chegando o momento de voltar... Ficava
triste, mas não podia fazer nada, a vida é assim... Chegando a Salvador a
rotina continua, mas a vontade de voltar, agora é mais forte... Soares não
perdia a esperança de um dia estar no caminho de retorno. Tínhamos bastante
serviços de costuras, já fazíamos até roupas de festas, a clientela aumentava, então,
estávamos contentes com nosso trabalho.
No meio do ano, fiquei grávida, era
tudo aquilo de novo, estava difícil, com tanto trabalho e passando mal de enjoos,
náuseas e fraquezas. Soares estava radiante, falava para todos que agora seria
um homem, arranjou logo um nome, disse que seria Fritz, era o nome de um amigo!
Durante esse ano não, ouve
nenhuma novidade alem da gravidez. Então, planejar novamente as férias de final
de ano já pensando que teria que ficar até o nascimento do garoto que estávamos
aguardando, ainda não era possível saber o sexo através de exames, era somente
pressentimentos... As viagens de avião poderiam ser feitas até ao sexto mês, então
fomos em dezembro, Soares voltou no final das férias deixando para trás a família.
Como sempre confiante, deixou já
redigido o telegrama que eu deveria mandar assim qualquer pessoa poderia
leva-lo ao correio. Durante essa espera, fui ficar com minha mãe no retiro, só
vida boa... Muita pamonha, milho verde assado na brasa, leite gordo, frango
caipira com angu e quiabo, tudo feito no capricho, era só engordar... Já no
começo de março, estava com as pernas muito inchadas, fui para BH, procurei o médico,
e fiz os exames, disse-me que estava bem, deu-me alguns medicamentos, e mandou esperar...
Fiquei na minha sogra, Nicinha foi comigo para ajudar-me a cuidar das meninas.
No dia vinte cinco de março
precisei ir para o hospital, nasceu Peter o pai acertou era homem foi um parto
muito difícil, os médicos, não gostavam de fazer cesariana, as mulheres sofriam
quase à morte. Peter nasceu pesando cinco quilos e meio, era uma criança já
criada, notaram que o nome foi mudado? Não me pergunte por quê... Até hoje não
fiquei sabendo isso não mudou em nada... Será sempre querido.
Ele era tão grande, que chamava
atenção... Bonito, esperto... Voltamos para casa, já se tinha passado dois
meses, as meninas o Peter em um porta bebê eu já estava bem magrinha, esperava
que o marido fosse imediatamente olhar a cara do neném, mas isso não aconteceu,
pegou pelas alças o suporte, colocou no jipe ajudou Sandra e Selma a subir no Electra
dois e fomos para casa subiu as escadas do prédio colocou o suporte encima da
mesa, o garoto estava com a cara coberta com uma fralda por causa do vento, esperava
que ele fosse logo descobrir para ver, isso não aconteceu... Virei bicho... Falei
tudo que precisava e o que não precisava... Depois ficou sem graça e começou a
paparicar o menino e mostra-lo de peito estufado...
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