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terça-feira, 1 de maio de 2012

Ana Maria



Continuando, Agostinho foi trabalhar na Ferteco, morar lá foi felicidade total para Ana Maria, como era bom ver aquela alegria... Às vezes íamos todos passar o ano novo lá, era maravilhoso ver o capricho com que ela cuidava de tudo para nos receber. Era uma bela casa no alto, com belos jardins que eram cuidados com esmero, as manhãs e tardes são inesquecíveis... O por do sol, era o mais lindo que já vi. Lá, eles construíram uma família de três filhos, Cristina, menina morena linda, um retrato dos dois, Cristiano, a mesma cópia, e Alexandre, que surpreendeu sendo loiro de olhos verdes, estava assim completa a felicidade da Ana. O que é bom dura pouco. Não quero recordar aqui momentos de angustias e tristezas. Vou registrar somente o belo, as lembranças, as alegrias.
Ela não veio para permanecer... Passou pelas nossas vidas como uma brisa de amor e dedicação. Não consigo falar de você Ana. As lagrimas me embaçam os olhos e não vejo o teclado... Perdoem-me. Paro aqui. Onde você estiver saiba que te amamos. Não voltarei a tocar neste assunto, continuo as histórias...
Voltando, Soares agora recebeu da firma autorização para comprar um fusca, precisava viajar para conhecer a região, o fusca seria o ideal, ele certamente pensou, "vou comprar um carro possante." Saindo de um jipe que não passava de sessenta! Comprou um vermelho, “Esse sim, é do jeito que mereço!” As tardes convidava a família para dar umas voltas na cidade, levar em Araguari para tomar sorvetes na Praça Manuel Bonito, levar ao bosque, esse sempre era aos domingos.
Em Uberlândia, estavam inaugurando o clube Cajubá e o Caça e Pesca também, ficamos sócios do Cajubá, passávamos os domingos lá com as crianças, a vida estava tranquila, as quartas feiras era dia de ir ao cinema. Lá em Curvelo estavam todos se preparando para o casamento de Vivaldo e Iramacy, não poderíamos comparecer meu estado não permitia, já estava grávida novamente, nem preciso repetir os incômodos, sempre os mesmos...
No dia vinte quatro de maio acordei molhada, a bolsa teria arrebentado, o Soares estava trabalhando, pedi para chamar minha vizinha Marlene, que morava em frente, veio apavorada! Precisava correr até o hospital, o marido da Marlene tinha um fusca, estava na garagem, ela tinha pouca noção de volante, mas precisava me levar, tirou o carro com dificuldades, eu entrei, o hospital era perto, então me levou com o carro de primeira e com o freio de mão puxado, saia até fumaças, mas chegamos lá.
Chamaram o Dr. Norival. O pai desta vez estava na cidade e veio depressa ficou na sala de espera andando de um lado para outro, fumou todos os cigarros que possíveis, até que Kelly nasceu bem branquinha, careca, e um pouco inchada quando as crianças nascem em partos normais sofrem muito. O pai foi em casa por diversas vezes para trocar de roupas, a velha história, se sentia bem assim.
Para os irmãos, parecia festa, era um entra e sai que não tinha fim. Na escola o assunto era esse, todos os colegas teriam que vir visitar a pequena careca. Meus pais vieram visitar-nos e ficaram alguns dias conosco. Nós tínhamos a Licia, que cuidava de tudo até dava ordens, já era velha de casa e os meninos obedeciam, podia curtir os quarenta dias como o costume.
Passado alguns meses, a mãe da Licia manda uma carta dizendo que estava muito doente e que a irmã estava dando muito trabalho... Foi preciso deixar a Licia embora... Peter ficou doente, sabemos o quanto ele estava sentindo sua falta. Agora somos uma família de cinco filhos, sendo quatro filhas e um filho. Apesar de Uberlândia estar distante de BH enraizei aqui; não mais voltei.

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