Agora, Nicinha já tinha Leleu.
Luciene e Nádia ainda não tinham nascido, morando em um bairro distante, chamado
Nações Unidas em BH, Já tinha montado sua lojinha, ela sempre teve um bazar, faz
parte da vida dela... Indo visitar minha família, fui também visita-la. A casa
era grande recém- construída, as paredes não iam até ao teto, Nicinha e Hélio,
costumavam dormir rezando o terço, do outro lado da parede dava para se ouvir
as contemplações, os pai nossos, as ave Marias... O engraçado, é que um rezava
Ave Maria, o outro Santa Maria, assim por diante, mas no decorrer do tempo o
sono interrompia a reza, o Leleu sentia frio e deitava entre os dois, ai vem...
Eles cochilam... Leleu se mexe, eles rezam Ave Maria... Dorme de novo, Leleu mexe,
outro responde Pai nosso... Cada esbarrada era um pedaço da oração, a noite
toda era isso, palavras pelas metades, pela manhã reclamavam Leleu passa para
nossa cama e não deixa a gente dormir.
Depois que as meninas nasceram
foi um tempo quente, precisava cuidar da casa das crianças e atender na loja, os
filhos eram como toda criança desinquietos, o Hélio era representante comercial
e estava sempre viajando. Compraram uma casa na Rua Rio Novo, bem no centro de
BH, agora sim a lojinha dela ia dar bastante movimento!... Seria preciso distrair
as crianças para atender melhor a freguesia... Como todos já sabem o quanto ela
sempre foi muito criativa! Cheguei um dia lá, entrei perguntei pelas crianças, me
disse, “estão ai dentro brincando” fui até eles, advinhem... Ela havia posto
umas cadeiras no quintal, deu para eles uma corda para fazer varal, um pedaço
de sabão, e uma grande bacia de água!... O que estava acontecendo! Eles
buscavam roupas já passadas em uma cômoda, e lavavam de novo ao modo deles, o
varal já estava cheio de roupas molhadas, e ela dizia feliz, “Só assim para ter
sossego!”.
Uma vez Leleu estava brincando em
uma praça não sei ao certo como foi eu estava longe como sempre, sei que foi
atropelado por uma moto e teve fratura no crânio, foi muito sério, ficou em
coma por muitos dias... Todos aflitos... Não sabíamos o que fazer! Pensávamos “só
Deus!” Ela lá firme como uma rocha... Acreditava que Leleu sairia desta, depois,
sem esperar o garoto acorda... Que beleza... A felicidade era tamanha que não
sabia o que dizer primeiro, o que perguntar para certificar da verdade... Pensou
depressa! “Leleu quanto que é dois vezes dois?" Ele responde certo, dai
por diante o Leleu recuperou-se, casou-se hoje é pai de duas belas moças.
Essa, é minha querida Nicinha, está
para completar bodas de ouro, uma família feliz... José Carlos, também teve três
filhos, Rogério, Fabrício e Carla, todos casados. Vânia faleceu há alguns anos
atrás, José Carlos casou-se de novo, com Janice, toca bem sua vida. Vivaldo e
Iramacy tiveram Victor, Ivan e Marina. Victor e Marina, já se casaram, nasceu
Vitória filha da Marina, linda menina, alegre e inteligente, alegria de todos.
Lourdinha, foi mais esperta, continua
solteira gozando a vida, conhecendo mundo... Esta sabe viver! Amiga,
companheira de todas as horas, querida por todos... Ângela, minha irmã que batizei
no dia do casamento, conheceu João Gabriel em BH e casaram-se, tiveram três
filhos, Rafael, Felipe e Júlia, todos ainda solteiros, família unida e bonita.
Tânia, também se casou com
Francisco, homem trabalhador, de bom coração, sempre disposto a correr atrás do
futuro, tiveram dois filhos Lívia e Henrique, partiu muito cedo deixando os
filhos ainda adolescentes. Lívia já se casou com André, mora em BH, Henrique
namora já algum tempo. Lucia, nossa irmã, divertida, perto dela não tem tempo
ruim, brincalhona, todos tem prazer de estar a seu lado, está de casamento
marcado, será em breve, com Theofane, ou seja, Theo como chamamos, pretende
morar em Goiânia, ficando assim mais distante da família. Falta falar do Marcio
o caçula, ainda bastante novo apaixonou-se e casou não muito ao nosso gosto, mas
queria foi... Tiveram dois meninos, sendo que um morreu em um acidente, ficando
o Gabriel, prefiro não render esse assunto, não tenho muita certeza dos fatos, como
já disse estava distante quando tudo aconteceu.
Fiz este apanhado dos irmãos, para
melhor compreensão, volto agora por diante a contar minhas memórias... Meus
casos... Horas tristes... Horas alegres... Como a vida nos conduz.
Dona Zélia.
ResponderExcluirVendo a Sra. contar seus contos e memórias, me faz lembrar de minha mãe, que adorava contar causos da infância dela e da vida com a família.
A Sra. está de parabéns pelo blog e pelos conteúdos. Selma já havia me falado bem das suas memórias e a partir de agora, estarei mais frequente por aqui, lendo, relendo e vivenciando um pouco da história que se parece um pouco com a história de vida de minha mãe e minha "pequena" família de 11 irmãos.
Que Deus continue a abençoar a vida da Sra. e da nossa querida Selma Leite. Amiga para todas as horas.
Grande abraço.
Fiquem com Deus.