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quinta-feira, 5 de julho de 2012

O terço



Agora, Nicinha já tinha Leleu. Luciene e Nádia ainda não tinham nascido, morando em um bairro distante, chamado Nações Unidas em BH, Já tinha montado sua lojinha, ela sempre teve um bazar, faz parte da vida dela... Indo visitar minha família, fui também visita-la. A casa era grande recém- construída, as paredes não iam até ao teto, Nicinha e Hélio, costumavam dormir rezando o terço, do outro lado da parede dava para se ouvir as contemplações, os pai nossos, as ave Marias... O engraçado, é que um rezava Ave Maria, o outro Santa Maria, assim por diante, mas no decorrer do tempo o sono interrompia a reza, o Leleu sentia frio e deitava entre os dois, ai vem... Eles cochilam... Leleu se mexe, eles rezam Ave Maria... Dorme de novo, Leleu mexe, outro responde Pai nosso... Cada esbarrada era um pedaço da oração, a noite toda era isso, palavras pelas metades, pela manhã reclamavam Leleu passa para nossa cama e não deixa a gente dormir.
Depois que as meninas nasceram foi um tempo quente, precisava cuidar da casa das crianças e atender na loja, os filhos eram como toda criança desinquietos, o Hélio era representante comercial e estava sempre viajando. Compraram uma casa na Rua Rio Novo, bem no centro de BH, agora sim a lojinha dela ia dar bastante movimento!... Seria preciso distrair as crianças para atender melhor a freguesia... Como todos já sabem o quanto ela sempre foi muito criativa! Cheguei um dia lá, entrei perguntei pelas crianças, me disse, “estão ai dentro brincando” fui até eles, advinhem... Ela havia posto umas cadeiras no quintal, deu para eles uma corda para fazer varal, um pedaço de sabão, e uma grande bacia de água!... O que estava acontecendo! Eles buscavam roupas já passadas em uma cômoda, e lavavam de novo ao modo deles, o varal já estava cheio de roupas molhadas, e ela dizia feliz, “Só assim para ter sossego!”.
Uma vez Leleu estava brincando em uma praça não sei ao certo como foi eu estava longe como sempre, sei que foi atropelado por uma moto e teve fratura no crânio, foi muito sério, ficou em coma por muitos dias... Todos aflitos... Não sabíamos o que fazer! Pensávamos “só Deus!” Ela lá firme como uma rocha... Acreditava que Leleu sairia desta, depois, sem esperar o garoto acorda... Que beleza... A felicidade era tamanha que não sabia o que dizer primeiro, o que perguntar para certificar da verdade... Pensou depressa! “Leleu quanto que é dois vezes dois?" Ele responde certo, dai por diante o Leleu recuperou-se, casou-se hoje é pai de duas belas moças.
Essa, é minha querida Nicinha, está para completar bodas de ouro, uma família feliz... José Carlos, também teve três filhos, Rogério, Fabrício e Carla, todos casados. Vânia faleceu há alguns anos atrás, José Carlos casou-se de novo, com Janice, toca bem sua vida. Vivaldo e Iramacy tiveram Victor, Ivan e Marina. Victor e Marina, já se casaram, nasceu Vitória filha da Marina, linda menina, alegre e inteligente, alegria de todos.
Lourdinha, foi mais esperta, continua solteira gozando a vida, conhecendo mundo... Esta sabe viver! Amiga, companheira de todas as horas, querida por todos... Ângela, minha irmã que batizei no dia do casamento, conheceu João Gabriel em BH e casaram-se, tiveram três filhos, Rafael, Felipe e Júlia, todos ainda solteiros, família unida e bonita.
Tânia, também se casou com Francisco, homem trabalhador, de bom coração, sempre disposto a correr atrás do futuro, tiveram dois filhos Lívia e Henrique, partiu muito cedo deixando os filhos ainda adolescentes. Lívia já se casou com André, mora em BH, Henrique namora já algum tempo. Lucia, nossa irmã, divertida, perto dela não tem tempo ruim, brincalhona, todos tem prazer de estar a seu lado, está de casamento marcado, será em breve, com Theofane, ou seja, Theo como chamamos, pretende morar em Goiânia, ficando assim mais distante da família. Falta falar do Marcio o caçula, ainda bastante novo apaixonou-se e casou não muito ao nosso gosto, mas queria foi... Tiveram dois meninos, sendo que um morreu em um acidente, ficando o Gabriel, prefiro não render esse assunto, não tenho muita certeza dos fatos, como já disse estava distante quando tudo aconteceu.
Fiz este apanhado dos irmãos, para melhor compreensão, volto agora por diante a contar minhas memórias... Meus casos... Horas tristes... Horas alegres... Como a vida nos conduz.

Um comentário:

  1. Dona Zélia.
    Vendo a Sra. contar seus contos e memórias, me faz lembrar de minha mãe, que adorava contar causos da infância dela e da vida com a família.
    A Sra. está de parabéns pelo blog e pelos conteúdos. Selma já havia me falado bem das suas memórias e a partir de agora, estarei mais frequente por aqui, lendo, relendo e vivenciando um pouco da história que se parece um pouco com a história de vida de minha mãe e minha "pequena" família de 11 irmãos.
    Que Deus continue a abençoar a vida da Sra. e da nossa querida Selma Leite. Amiga para todas as horas.
    Grande abraço.
    Fiquem com Deus.

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